22.5.06

Além do Tejo

A crónica da CFA na revista do Expresso de 13 de Maio passado (leitura em atraso, pois) fala do Alentejo que visitei por essa altura. Fala dos velhos, do sol, da sericaia, e de Eça. E acaba assim:
"Em toda a Europa não há um lugar assim, tão pensativamente inútil e carregado de beleza e calor. O estio é um poema inacabado, quando as cigarras e os grilos cortam o sopro nocturno com o canto repetido dos insectos que ignoram a marcha do tempo e se divertem a ocupar o lugar da voz humana, a murmurar à lua cheia que o Alentejo já não tem namorados, corpos sadios que se amam e reproduzem e asseguram a salvação da espécie. Como vamos nós portugueses levantar o Alentejo do chão?"
Não sei. A beleza do abandono não encontra paralelo noutro lugar.