8.5.06

ternura tempestuosa

Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

david mourão-ferreira

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Uma tempestade por dia dá saúde e alegria :) I wish

8/5/06 1:10 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

I'm impressed with your site, very nice graphics!
»

19/5/06 3:01 da tarde  

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