15.8.07

Londres - VII - Hampstead

Se todas as casas têm as suas vozes e todos os lugares as suas estações do ano, em Hampstead é sempre Primavera (...). Por um qualquer milagre, Hampstead manteve-se sempre não um subúrbio ou uma antiqualha encravada no mundo moderno, mas um lugar com um carácter próprio. Não é um sítio onde se faça dinheiro ou aonde se vá para o gastar. Vêem-se nele estampados todos os sinais de um viver discretamente retirado.



Esta serenidade continua a atravessar, mesmo em pleno século XX, todo o subúrbio de Hampstead. Das suas janelas salientes vêem-se ainda vales e árvores e pequenos lagos e cães que ladram e casais que passeiam de braço dado e se detêm no topo de uma colina para olhar as distantes cúpulas e pináculos de Londres, tal como o faziam idênticos casais no tempo em que Keats aqui morava.


Virginia Woolf, Londres