25.4.09

liberdades

Muito se tem dito sobre a suposta interferência do Governo na liberdade de imprensa e na liberdade de expressão. Sócrates desmente e, na entrevista desta semana na RTP, fez questão de focar o jornalismo da TVI, sob o silêncio ensurdecedor dos entrevistadores, jornalistas sérios que se reconhecerão com toda a certeza nas palavras do Primeiro-ministro quanto a este assunto.
"Vocês não vêem o telejornal da TVI às sextas-feiras? Acham que aquilo é um telejornal?! Aquilo não é um telejornal, aquilo é uma caça ao homem..."

É verdade, Sócrates tem toda a razão e, enquanto se difunde a imagem de um Primeiro-ministro autoritário e pouco amigo das mais elementares liberdades, vai-se usando o seu nome em processos de intenção mais ou menos encobertos, com toda a liberdade do mundo.
Aquele suposto jornalismo é, para além de chocante, vergonhoso para o Abril que se fez e que deste modo jamais será cumprido.
Hoje, no Expresso, a referência do jornalismo em Portugal, a manchete do 1.º caderno traz um novo dado sobre o caso Freeport:
"Charles Smith diz que mentiu sobre Sócrates"

Manchete amiga do Primeiro-ministro, finalmente, dir-se-á, depois de semanas a fio em que os escândalos se vinham sucedendo. Nos telejornais das 13h, a RTP fez referência a esta notícia e a SIC também. A TVI também não, embora tenha abordado o caso Freeport, falando na distribuição do dinheiro envolvido na negociata. A TVI lançou a notícia do vídeo em que Charles Smith é protagonista, escudando-se nas suas palavras para atacar Sócrates a torto e a direito. Mas quando Charles Smith diz outra coisa, a TVI omite, é uma não notícia, talvez Smith seja credível para umas coisas e não credível para outras. Claro que quem dá as audiências à TVI não compra o Expresso, mas vota.
A manipulação levada a cabo por certo jornalismo é insuportável, quando o levamos a sério. E há tanta gente que não percebe a diferença, que corremos o risco da deturpação e da inversão completa dos mais básicos valores da Democracia.