game set match

Eu dantes era assim, interessava-me por tudo, com o tempo descobre-se que, à medida que o funil de possibilidades aperta, há que seleccionar à força.

CFA

Eu dantes sentava-me em frente à TV e devorava jogos atrás de jogos. Quando era feminino, ficava chateada, mas via à mesma. Era o do Estoril, de Barcelona, de Monte Carlo... e depois chegava o magnânime, o belo, o eleito. Prometi a mim mesma ir lá um dia quando fosse grande, para testemunhar aquele ambiente ao vivo e a cores. Mal sabia que o meu primeiro (e até há dois meses, único)carro seria do modelo Roland Garros, marca registada.
Sabia as posições do ranking, as características de cada jogador, as vantagens de cada superfície, os prize money, os patrocínios. Os equipamentos, as raquetas.
Este ano, vi dois sets do último (2º) jogo das meias, preferi ir ver o velhinho Moyá ao ascendente Nabaldian (quem?!), e as referências eram do passado: sempre a mesma t-shirt -mas agora em branco-, calções mais curtos -mas sempre pretos-, fiel à Nike e à Babolat. E o outro com Prince nas mãos, ah, mas também no corpo - Prince agora também já tem roupa?! No domingo, optei por dormir mais um bocado e deitar para o lixo os convites para a final.
Com o funil cada vez mais apertado, ainda não percebi se tenho hoje mais ou menos interesses (e melhores ou piores) do que antes.