Zoo
Sim, é verdade, orgulhosamente nos rendemos ao zoo de Lisboa, regressados após anos de ausência marcada pelas idas traumáticas na infância, quando viamos os bichos enjaulados ao molho, num ambiente sujo e decadente. Na adolescência, as idas ao zoo significavam uma fuga à escola ali tão perto, quando o convívio no cafézinho era mais apetecível do que a visita aos animais. Agora, porém, uma pessoa (adulta!) vai até ao zoo e sente-se num espaço civilizado, onde se percebe, sabe e vê que os animais são efectivamente bem tratados, têm espaços à medida e vivem talvez mais livres e a salvo do que no seu ambiente natural. Aquele verde ali no meio da cidade, por onde nos perdemos, e quase tocamos na pantera ou nos tigres, como nos golfinhos e elefantes, girafas e ursos, todos em ambiente devidamente adaptado. Destaque natural para os nossos primos gorilas, cujo jantar tivemos a sorte de acompanhar. Até iogurte/arroz dado na boquinha à colher tiveram direito.
Quando cada vez mais dizemos mal de tudo e de todos, chegamos ali e encontramos uma réstia de esperança. Alguém chegou ali e deu a volta ao texto, recorrendo a patrocinadores privados - como tem que ser - e revirando dos pés à cabeça aquele sítio privilegiado, onde foi dado protagonismo a quem o merece - os bichos.