Neo-dirigismo
A exposição «Amadeo Souza-Cardoso Diálogo de Vanguardas», que encerrou à meia-noite de domingo na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, recebeu um total de 100.117 visitantes, informou esta segunda-feira à Agência Lusa fonte da instituição.
Apesar de não existirem registos precisos sobre os números de visitantes de outras exposições patentes na Gulbenkian, a mesma fonte garantiu que esta retrospectiva sobre o pintor português «foi uma das mais visitadas de sempre» nos museus da Fundação.
A elevada afluência de visitantes levou a administração a alargar excepcionalmente os horários de funcionamento do Museu Calouste Gulbenkian, que, durante o último fim-de-semana, se manteve aberto durante a madrugada, outra decisão inédita. Mesmo assim, verificaram-se filas de mais de duas horas de espera para aceder à mostra.
Fonte: Diário Digital
A exposição esteve aberta ao público desde 14 de Novembro e, é verdade, foi tendo uma boa afluência. O curioso é que a elevada afluência apenas surgiu com o alargamento dos horários de visita. Durante o fim-de-semana gerou-se um élan tal à volta do caso que quase parecia criminoso aquele que não fosse ver a exposição. Mesmo nunca tendo ouvido falar do pintor e do seu trabalho, importante era dizer que se tinha ido ver. Duvido que, com tanta gente, tenham conseguido de facto ver alguma coisa e estou certa que os apreciadores não deixaram a visita para os últimos dias. Neste caso, tratou-se de uma actividade verdadeiramente cultural, felizmente, mas não deixa de ser ilustrativo do ser português.
(E sim, também lá estive. À meia-noite. Como as filas continuavam e o meu interesse não se compadecia com encontrões à frente de quadros, vim-me embora.)
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