29.4.08

buxus sempervirens ou buxinho


vai crescer assim lá em casa.

WIIiiiii

a família toda em minha casa a jogar bowling. strike!

25.4.08

34

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.


é em dias como o de hoje que me dá para rir quando falam do ataque às liberdades que o governo actual supostamente protagoniza.
já agora, para celebrá-lo, e dando voz ao presidente da república, que espera ver os jovens menos ignorantes em relação ao mundo político em que todos mais ou menos vivemos, recomenda-se uma visita ao novo portal do parlamento e às biografias dos nossos representantes nesse órgão-chave dos regimes democráticos: parlamento global.

19.4.08

o mundo com outros olhos

literalmente.

13.4.08

já é noite e o frio
está em tudo que se vê
lá fora ninguém sabe
que por dentro há vazio
porque em todos há um espaço
que por medo não se vê
onde a solidão se esquece
do que o medo não previu

já é noite e o chão
é mais terra para nascer
a água vai escorrendo
entre as mãos a percorrer
todo o espaço entre a sombra
entre o espaço que restou
para refazer a vida
no que o medo não matou

9.4.08

paz social ii

o perseguido atrás do suposto perseguidor

paz social

5.4.08

a vida inteira eu quis um verso simples

sómeusanguesabetuaseivaesenhaeirrigaasmargenscegasdetuaseléctricasribeirassendasdetuasgrutasignotasnãoseinãoseimaisnada

concerto de apresentação do novo album, "maré", ontem, no s. luiz. uma hora e um quarto passada com quatro músicos sempre sentados, totalmente embrenhados e surpreendentemente inventivos. muito experimentalismo entre percussões e sintetizadores, com especial destaque para domenico, na foto, o mais atarefado. em noite em que a maior parte das músicas eram ainda desconhecidas para a plateia, sentiu-se o júbilo com as antigas.
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto para quem?

3.4.08

Sou igual - não que me possa encontrar com o Bob, mas...

«É sempre difícil conhecer, finalmente, uma pessoa que sempre admirámos.Há aquela história famosa do jantar entre o Woody Allen e o Ingmar Bergman, na mesma mesa, enfim, em Nova Iorque, mesa para oito pessoas, na casa de um amigo comum. Não falaram um com o outro a noite inteira, tanta era a admiração mútua (...). No meu caso, não faço ideia do que poderia conversar com o Bob Dylan. Acho que não seria capaz de dizer grande coisa. Acho que me iria babar toda.»

Cate Blanchett - i´m not there

2.4.08

será que disse

apetece ?!

a Primavera

a mudança da hora, em que depois das 8h da noite ainda brilha o sol. e muda a nossa vida, apetece andar, sair por aí, sentir a brisa na face. o cheiro da relva fresca no percurso matinal, um verde imenso onde apetece dormitar. uma noite mais tardia, de parcas vestes. e há flores e cores em todo o lado, cheiros suaves e sedutores. nesta altura do ano, apetece ser feliz.

o Outono

«Começa devagarinho. É como tudo. A gente andamos na nossa vida, andamos influídos e está claro que não reparamos. De manhã, temos de pensar no café.
Depois, há-de vir o almoço. Está claro que nem reparamos numa aragem. Mal uma aragem mais fresca que se mistura com o sol-pôr. Já setembro quer acabar e ainda temos a torrina do sol na pele, a hora do calor. (...) A gente nem dá fé. Primeiro, é umas pontadas nas costas, umas sezões, umas coisas assim. Primeiro, a gente julga que vai passar, como passavam os esfolões nas pernas quando éramos pequenos e andávamos a correr pelas ruas ou quando encontrávamos alguma árvore a jeito de subir. Começa mesmo devagarinho. Aos poucos. (...) E as mãos começam a tremer um bocadinho. E o trabalho começa a ser mais custoso. E um dia a gente já quase que não conhece a nossa cara no espelho no lavatório. É nesse dia, é nessa hora que começa o outono.»
À manhã, in Cal, de José Luís Peixoto

O Vendedor de Passados, de Agualusa



"Saíram juntos da exposição e foram continuar a conversa no terraço de um bar, sob as estrelas, defronte às águas negras da baía. Nessa noite, contou-me Fálix, só ele falou. Àngela Lúcia possui um talento raro: é capaz de manter acesa uma conversa sem quase participar nela. Depois o meu amigo regressou a casa e disse-me:

«Conheci uma mulher extraordinária. Ah, meu caro, faltam-me as palavras certas para a definir - tudo nela é luz!»

Achei um exagero. Onde há luz, há sombras."

Publicado nos EUA.