27.6.09

angélica

no nosso último encontro, acariciou-me com as suas mãos quentes de dedos longos e unhas sempre impecavelmente pintadas de vermelho. abracei-a e quis guardar para sempre aquele abraço, depois de tantos abraços que me encheram os dias de ternura e de esperança. disse-lhe que voltaria no verão para vê-la e a verdade é que voltei.
ela era (o tempo verbal também fala) a minha "
" e falava de mim referindo-se à "minha menina". nunca mais ninguém me vai chamar assim.
quando me achou crescida foi para a sua casa, virada para a serra, e passou a enviar-me todos os meses cartas, cartas de amor.
numas férias grandes e descansadas como as que antigamente havia ficámos com ela um mês, e esses trinta dias converteram-se num chamamento à terra, que ainda hoje lembramos.
quando completou noventa anos juntou os "
velhotes" da aldeia, como lhes chamava, embora todos fossem mais novos do que ela.
exercia claramente as suas preferências, não fugindo à controvérsia. de vez em quando soltava um grito que punha todos em sentido e, nos últimos tempos, esse grito era interpretado como um sinal de vitalidade. pudera eu escutá-lo agora...
e agora o que tenho é um vazio tão cheio como nunca sentira.
That's life, that's what all the people say, e tudo o que resta é a memória. e a saudade.

25.6.09

quinta-feira negra de verão

porque só a memória resta.

13.6.09

amstel dam


é um jardim - por toda a parte flores, cores e aromas.



são bicicletas - personalizadas e ecológicas, são as rainhas da cidade.



é cultura - um bairro dos museus absolutamente triunfante.



é liberdade - obviamente, com responsabilidade (estamos na holanda, note-se).



são feiras e mercados - tudo ao ar livre (numa cidade fria e chuvosa).




e, claro, são os canais. água e pontes.

coisas de comer

restaurante na calçada da ajuda, com ambiente tranquilo e acolhedor, serviço prestável e comida -nhamii- muito saborosa, a preço acessível.
recomenda-se.