30.8.07

Paraíso

deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.

arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
crepite, em derredor, o mar de Agosto...
e o outro cheiro, o teu, à minha volta!


(...)

David Mourão-Ferreira

(as duas estrofes restantes não transcrevo. falam de ilusão.)

26.8.07

simples.

É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
Mesmo, se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais
Now were falling into the night
Um bom encontro é de dois.

If you are what you eat, then I only want to eat the good stuff.


The word Ratatouille comes from "touiller," which means to toss food. Ratatouille originated in the area around present day Nice. It was, originally, a poor farmers dish, prepared in the summer with fresh summer vegetables. The original Ratatouille Nicoise did not contain eggplant (which would not have been available during the same time period as the other vegetables used). Instead, it used only zucchini (courgettes), tomatoes, green and red peppers, onion, and garlic. The dish known today as Ratatouille adds eggplant to that mixture.

O filme é absolutamente imperdível, porque, além da inegável qualidade técnica e do próprio argumento, conjuga Paris com cozinha. E, curiosamente, ficamos reféns de um binómio que, na realidade, detestamos encarar juntos: ratos e comida.

25.8.07

agosto ao sol



uma semana entre sol, vento, muita areia e lagos e sagres, águas quentes e cabelos ao vento.

18.8.07

pursuit


1. chase, hunt. 2. search.

You want something? Go get it. Period.


"Life, liberty, and the pursuit of happiness" is one of the most famous phrases in the United States Declaration of Independence. These three aspects are listed among the "unalienable rights" of man.

Will Smith em versão paizão heróico, que termina, obviamente, com um final feliz. Felizmente.

Japoneses...


...há já muitos, em Lisboa e arredores. Mas nenhum deles supera o AYA, como comprovei ontem, mais uma vez.

Londres - XI - Terminus


X estórias, a que teriam que somar-se tantas mais, entre ruas, parques, museus, mercados... Oh well, next...?!

17.8.07

Londres - X - Bairro Jurídico

Entre Tribunais e Conservatórias, Advogados de peruca na mão, e impecavelmente trajados, estudam processos carregados em pequenos troleys nos parques e jardins que completam este bairro, que helás! não seria o mesmo sem esta rua,
nas proximidades da The Old Curiosity Shop, immortalised by Charles Dickens .

15.8.07

What has England given the world? Sarcasm and The Beatles.


Ainda quente de Londres, vi Breaking and Entering, de Minghella. Reflexo de diferenças raciais, culturais e sociais, a acção centra-se geograficamente em King's Cross, uma zona pouco privilegiada, objecto do projecto arquitectónico do protagonista em cena, que visa a recuperação e rejuvenescimento desta área. O filme é obviamente omisso quanto a esta intervenção, mas a verdade é que King's Cross estava, efectivamente, em obras.

Londres - IX - King's Cross


O único sítio em que saí da rota, meia ( ? ) perdida nas obras e empecilhos respectivos. Percorri um bairro de casas corridas, que não sei avaliar o quão (pouco) recomendáveis seriam. Até que cheguei à British Library, e me encontrei.

Londres - VIII - Here lies one whose name was writ in water.


Há um ar de heróica equanimidade a pairar sobre esta casa, apesar das máscaras mortuárias, das grinaldas de frágeis flores amarelas e de outras lembranças macabras que nos recordam que Keats morreu jovem e desconhecido no exílio. Para lá das janelas, a vida prossegue.
Virginia Woolf, Londres

Londres - VII - Hampstead

Se todas as casas têm as suas vozes e todos os lugares as suas estações do ano, em Hampstead é sempre Primavera (...). Por um qualquer milagre, Hampstead manteve-se sempre não um subúrbio ou uma antiqualha encravada no mundo moderno, mas um lugar com um carácter próprio. Não é um sítio onde se faça dinheiro ou aonde se vá para o gastar. Vêem-se nele estampados todos os sinais de um viver discretamente retirado.



Esta serenidade continua a atravessar, mesmo em pleno século XX, todo o subúrbio de Hampstead. Das suas janelas salientes vêem-se ainda vales e árvores e pequenos lagos e cães que ladram e casais que passeiam de braço dado e se detêm no topo de uma colina para olhar as distantes cúpulas e pináculos de Londres, tal como o faziam idênticos casais no tempo em que Keats aqui morava.


Virginia Woolf, Londres

[and I'll be good, I'll be good, I'll be good, I'll be good ]



Here you'll find, my heart and I, and still we say come back, come back to Camden...



Há exactamente um ano. No Paraíso.

3.8.07

Londres - VI - Tatoo ou piercing?



Camden é apenas uma das muitas realidades diferentes que se encontram dentro de Londres. Refúgio assumido de punks e alternativos do género, com as suas decorações originais e oversized, as suas lojas prometem-nos cortes de cabelo de fugir e furos pelo corpo de gritar por menos, muito menos! Para além disso, os seus mercados merecem uma visita demorada, especialmente o Camden Lock, junto ao canal.



Já estamos a Norte, e, subindo um pouco mais, fui encontrar uma belíssima surpresa, na senda de Keats...
[to be continued...]

Londres - V - Hyde Park


Mesmo com o tempo cinzento e pouco prometedor, pic nic em Hyde Park.
Mais tarde, de volta a Heathrow, desta vez de metro, a maquinista, espontaneamente, felicita os que se vão embora, deixando para trás um Julho escuro invernoso, e lamenta-se por aqueles que, como eu, voltariam ao centro de Londres.

Londres - IV - Longitude 0'00'00'


Em Greenwich, há a Universidade, os relvados imensos, a marca do meridiano e o observatório que decifrou as voltas do tempo e as regras das estrelas.

2.8.07

Londres - III - à procura dos nossos primos



O panda xixi e os macacos, num final de tarde passado também entre dinossauros, anfíbios e o futuro da terra, num museu de história natural muito completo, melhor que o de Nova Iorque, e situado num edifício elegantíssimo.

Londres - II - Baby, remember my name !

Acordar difícil e tardio, devido ao prolongamento inesperado - e indesejado - da noite anterior.
Oferecem-nos muitas opções de pequeno-almoço, o que não evita o roubar inadvertido de uma banana a outro residente da casa.
Primeiro passo fora de casa: comprar bilhetes para o teatro. O dinheiro é curto, as opções reduzem-se. Depois de andarmos para cá e para lá em Leicester Square, conseguimos um compromisso: preço acessível para presenciar um musical, já que da última vez a opção recaiu em Neve Campbell e amigos numa comédia romântica fora de portas. Fame, uma conjugação leve de dança e canto, a lembrar velhos tempos.

No teatro, perto de Holborn, oferecem-nos lugares privilegiados e sugerem-nos gelados no intervalo. Um petit Haagen Dazs por três libras, et voilà... I'm gonna live forever!

Londres - I - "Acho que estou no Terminal 4"

Partida de Lisboa agendada para as 18h30, descolagem efectiva depois das 20h. Chegada a Heathrow perto das 23h, permanência no avião por mais uma hora, depois de andarmos às voltas à procura de estacionamento (talvez ajudasse a criação de parques subterrâneos, 24/7).
Mais mala menos mala, encontro e desencontro (há 4 terminais em Heathrow, a Portela inaugurou agora o 2.º), e as portas do underground completamente fechadas. Haja dinheiro e chame-se um mini-cab, que as libras que há não dão para mais. "Dentro de meia-hora, o motorista vai buscá-la junto da information desk do terminal 1."
Ok, mais minuto menos minuto e chega o indiano com o quadrozinho onde se inscrevia o meu nome em maiúsculas, o primeiro nome, porque nem me identifiquei pelo apelido. Seguimo-lo e ele vai às caixas automáticas pagar o parqueamento do carro que tem estacionado logo ali. Não o encontro a ele nem ao volante no lado esquerdo da viatura, mas ele já vê no mapa como ir para o nosso destino.
Vamos lá, então, parece que pelo lado errado da estrada, ele pede ajuda na nossa rua, até que descortina numa janela uma bandeira verde e vermelha.
São quase 2h, chegámos.
Não chove.