Deixadas para trás as obras da moda, mais as traduzidas e as históricas e dois ou três poemas de Blake e as cartas de Sophia a Sena (Sophia e Francisco Sousa Tavares dizem adoramos new york, a cidade irmã da imaginação onde passaram o dia do seu 25º aniversário de casamento - ah pois é...), olha-se para as anglo-saxónicas e encontra-se o que se procurava (Capote y sus encantos) e, mal se vira as costas, lá estão as capas gastronómicas de todas as cores, que nos levam da Índia às Américas, passando pelo Alentejo profundo, com grande satisfação para todas as barrigas deste mundo (ontem no restaurante ouvi um miúdo a contar, na sua crueza e maldade sorridentes, que os meninos da Somália nunca tomavam comprimidos, porque a indicação era que os tomassem apenas após as refeições...). De olhos e barriga satisfeitos, esbarra-se com os guias turísticos deste e d'outro mundo, ludibriando-nos com a facilidade com que nos colocam em Londres ou em Tóquio, no Chile ou na Nova Zelândia. Entro inevitavelmente noutra dimensão, quando é que tenho férias mesmo?! E sei que não estou ali, claro que não estou ali, há tantos lugares que quero visitar e revisitar e olha mais este guia, não conhecia esta colecção, ah afinal não gosto, passa à frente. Quando me lembro da carteira
desvio-me e saio daquela sala e vou direita aos livros de Direito e direitamente (não sou canhota - melhor, sou destra (não sei bem se não será com "x")) pego no livro dos condomínios e folheio e folheio e encontro o que procuro (ainda bem que não sou só eu que duvida de empreiteiros malandros, sim, está escrito, encontrei, e não fui eu que escrevi!). Ok! Saio da Fnac e venho direitinha para o escritório. Dura lex.